quarta-feira, março 31, 2004

Sim, o blog tem estado um pouco menos activo do que no mês anterior, eu sei mas o que querem?!

Confesso que tenho andado ocupado com coisas da faculdade e coisas da banda embora saiba que não é desculpa mas sinceramente também não me tem apetecido pensar muito. Pensei demais nos ultimos tempos e estou farto de exercícios mentais. Até já pensei começar a ver filmes tipo o Torque ou o Triple X. Fiz a experiência com um chamado The Transporter e até gostei. Duas horas de explosões, murros, tiros e perseguições automóveis, enfim, um grande "Porrada Move" que me permitiu aliviar as pequenas células cinzentas um pouco. No entanto não é bem disto que estou à procura. Já pensei num retiro espiritual e até já pensei fazê-lo nestas férias mas o tempo escasseia e arrancar daqui para lugar nenhum assim sem mais nem menos com trabalhos para fazer e entregar... Oh quem me dera ser eu há quatro anos atrás na escola secundária a fazer nada e nada fazer...
(Quem me ler até corre o risco de ficar a pensar que eu sou um gajo daqueles que se esforça imenso na universidade, o que não é de todo verdade mas estas férias vão ser mesmo a dar-lhe!!!)

Prometo para breve alguma coisa. Não sei bem o quê.

quinta-feira, março 25, 2004

E fazer uma pesquisa na infopedia do termo Niilismo e receber uma mensagem do Mozilla sob a forma de "caixinha com OK" dizendo

"The document contains no data"

...isto é que é tecno-filosofia!

Há dois tipos de ansiedade.

A saber:


  • Aquela que nos aperta o estômago.

  • Aquela que nos corta a respiração (sufoca).


Gosto da primeira, não posso com a segunda. A primeira passa quando finalmente enfrentamos a situação que ansiamos, a segunda só passa quando nos esvaímos em lágrimas e a esta hora já deveria ser do conhecimento geral que eu não consigo chorar, daí toda esta angústia. Há coisas que eu não preciso de saber, porque é que insistem em dizer-mas?

quinta-feira, março 18, 2004

E depois da tempestade...

E depois da tempestade...

São sempre tempos de intenso trabalho (mental), os primeiros. Há muito que arrumar, muitos destroços e escombros a ordenar, arrumar (Substituir?). Há a reconstrução... e depois continua-se já numa aparente calmaria, como se já não déssemos por nada. É mais fácil agora. Não se pensa tanto nisso, não se liga tanto (O espaço do esquecimento...) não pesa tanto. A vida corre, parece voltar a fluir.

O sol também ajuda, o sol ajuda sempre.

Ás vezes é assim. Temos de esquecer para depois podermos recordar, podermos sentir as palavras bonitas que dissémos, os sorrisos que soltámos, a felicidade que vivemos. Mesmo que saibamos que depois de construído o prédio resolveu ruir, o que interessa é que nos predispusémos a construí-lo e nos empenhámos em erguê-lo. Faz sempre bem. Esquecer para depois recordar. Esquecer para poder recordar.
Esquecer para não ter medo de rever, não ter medo de reviver.

...a bonança.

domingo, março 14, 2004

A frustra??

São situações a evitar as seguintes:

Fazer uma banda.
Não conseguir encontrar um baixista.
Quando pensam que o encontraram perdê-lo.
Não ter capacidade de ultrapassar dificuldades.
Ter a banda parada há mais de 6 meses por falta de um baixista.
Não conseguir motivar os outros elementos da banda para encontrar o baixista.
Não conseguir colocar em prática alternativas aparentemente viáveis por mera tacanhez de outrém.
Andar frustrado porque as coisas não dependem tão só e apenas de nós.
Guiar quando se está irritado com alguma coisa.
Reparar demasiado nas outras pessoas mesmo que estas não notem.

sexta-feira, março 12, 2004

Mar no teu olhar salgado

Do parecer tão distante
Vêm de mão dada a solidão e o vazio.
O que havia outrora já não é sequer
Um pobre arremedo do que foi.
Ainda haverá um resto de mar
No teu olhar salgado?
Ainda haverá luz nessa tua doce boca
De mel?
Há tanto tempo que não provo de ti.
Revejo-te na minha memória.
(dia a dia).
Distante agora o que foi presente,
Passado agora o que está ausente.
Mas suficiente no entanto para ainda doer
Na alma destas linhas,
Na alma da voz que não sabe esquecer
Que foste, senhora dos olhos lindos,
(Mesmo que a contra-gosto)
Raínha sobre um trono que não quiseste governar.
Serás agora apenas memória,
Embora vivas em mim e tenhas muito que contar.

(Há tanto tempo que não provo de ti)

quinta-feira, março 11, 2004

Páginas e páginas escritas e relidas, há que fazer uma súmula e tirar conclusões. Agora é (talvez) o momento certo.

Páginas e páginas escritas e relidas, há que fazer uma súmula e tirar conclusões. Agora é (talvez) o momento certo.

Se fosse tão fácil como digitar um URL num browser… Mas não é. Se fosse tão linear como um uma gramática linear à direita… Mas não é. Se fosse tão simples como uma multiplicação de matrizes… Mas não é. Amar é tão ou mais complexo do que um número imaginário. Tem a parte real e tem a parte imaginária. Só é pena não poder por alguma transformação matemática fundir o meu imaginário com a tua realidade.
Afinal as coisas não eram bem como pareciam, o que eu julgava latente em ti estava longe de ser verdade, longe de estar sequer adormecido no teu peito. Não passava mais uma vez de uma fabricação mental aqui do Joãozito. Mais uma. Quando se atravessam estados de alma como estes é sempre complicado ver o caminho e não existe mapa certo por onde nos possamos guiar. O horizonte aparece difuso e confuso. Será por isso que não conseguimos deixar de acreditar em miragens. Será por isso que não queremos deixar de acreditar em miragens. Todos sabemos que as miragens são produto da nossa imaginação. Os nossos desejos mais íntimos metamorfoseiam a realidade para que ela nos seja agradável, tal como nestes estados de alma tudo o que nos chega através dos cinco sentidos é multiplicado por mil e reinterpretado até à exaustão para nos satisfazer o íntimo. O bom passa a óptimo e o mau a péssimo sem que dêmos conta do que estamos a provocar em nós e nos outros. Convenhamos que é natural – não sou o único a dizê-lo. E sem darmos conta estamos a fretar o veículo para a dor e o sofrimento. Nós, com a nossa insistência em nós. Parece confuso mas não é. É tão simples como isto: Querer é poder mas só dentro da nossa mente. Eu quis e tu não mas tu estavas consciente. Tu estavas com os pés bem assentes na areia da praia, eu não. Eu flutuava trinta centímetros acima do solo enquanto aspirava à minha divinização perante mim. E de tão longe que eu estava da tua realidade entendia as tuas palavras como alentos às minhas certezas particulares. E antes de multiplicar transfigurava-te e fazia-te o que não estavas a ser, para o meu prazer privado. E multiplicava. Uma mensagem no telemóvel ao acordar era óptimo, um telefonema ao deitar era um sinal, um beijo era amor. Mas não. Estávamos a funcionar em dois comprimentos de onda completamente diferentes sem que eu desse conta. E tu chamavas-me à terra mas eu queria lá saber. O meu universo era perfeito e tu encaixavas lá como uma peça no imenso puzzle que era a minha vida. Na minha pequena cabeça estava tudo bem. Até que chegou a lucidez (e acordar em manhãs frias é muito duro). Sabes bem que é tão difícil despertar de um sonho bom como é difícil mudar planos e querer amar quem não se ama. E eu não quis despertar à primeira mas tu foste corajosa e paciente e soubeste dar-me o safanão que eu precisava. Soubeste dizer “Acorda para a vida”. E por isso te quero agradecer.

Não nego que sofri e continuo a sofrer por tudo aquilo que imaginei não se ir realizar. Não vou colorir o texto com palavras vãs. Nestes tempos que passei mentalmente contigo sinto que atravessei todo o espectro das emoções e sensações conhecidas. Começou com curiosidade, seguiu-se um misto de alegria e angustia, depois veio a paixão. Mais e mais alegria e mais felicidade e amor. Sim, porque sinto que cheguei a amar-te. Sinto que ainda te amo embora não o queira dizer-te cara a cara. A ilusão levou-me à angústia. A necessidade levou-me ao desespero. Depois veio a dor. Quando finalmente quis marcar encontro com a realidade surgiu a tristeza. As sensações e sentimentos que criei dentro de mim foram tão diversas nesta fase que mal me atrevo a afirmar que as senti. Foram tangenciais. Foram quase um “roçar” o arrependimento, o ódio, a depressão… Agora sinto tristeza. Uma tristeza amarga. Foi a pior semana da minha vida, confesso. Nunca imaginei que me ligasses naquele dia. Foi um erro mas tu não podias sabê-lo. As tuas premissas eram diferentes. Nunca me apeteceu tanto desatar a chorar como naquele dia e não fui capaz. (Tenho um clássico problema com o choro. Julgo que chorei tudo em criança e agora não sou capaz de o fazer, porquê? Não sei.) O que sinto agora? Muita coisa. Uma tristeza infinita, uma amargura muito grande. Uma felicidade por teres passado por mim desta maneira e saber que vais ficar, mesmo que agora tenha que esquecer a parte de ti que mais me agradava colocar no pensamento. Tudo o que me entra pelos sentidos adentro neste momento és tu. Estás presente em cada gesto do meu dia-a-dia. Estás presente em cada paisagem, em cada momento de solidão. Em cada virar de página, em cada música que passa na rádio, em cada palavra que possa instantaneamente associar a ti, mal saia da boca de alguém. É confuso e cansativo passar um dia inteiro a evitar-te pois estás em toda a parte. Sempre tive um problema de dissociação das minhas recordações. Não consigo evitar trazer as memórias de ti agarradas a tudo o que me rodeia. Será medo de te esquecer? Não creio. Será falta de vontade de ter de te ultrapassar? É um constante exercício de concentração. E de repente aquela sensação estranha no estômago e a asfixia… e lá vem o vazio, todo de uma vez. É o preço a pagar por não se ter aberto os olhos na altura certa.

Admito aqui finalmente que te amei.
Admito aqui finalmente que te amei.
Admito aqui finalmente que te amo.

Custa-me admitir.

domingo, março 07, 2004

Os fantasmas

Mas como é que posso não sair destas situações sem ser com a cara de quem vê um fantasma?

A lividez...

sexta-feira, março 05, 2004

E sentirmo-nos de repente tão sós como quando demos pela primeira vez por nós...

E sentirmo-nos de repente tão sós como quando demos pela primeira vez por nós...

Não é apenas mais uma fase, é algo mais. É sentir que se perde algo, embora saibamos que só se pode perder o que realmente se tem. Se calhar é da constipação. Se calhar não... Acabei de ver "Lost in translation". Soube-me a amargo mas gostei. Sofia maneja bem a câmara. A história é ao mesmo tempo triste e alegre, assim como eu. Gosto disso.

Vivo agora cada dia como menos um dia de mim para comigo. Não me perguntem porquê. Por vezes penso que esta pseudo-densidade que aparento é totalmente forçada. Não a posso evitar - Gosto dela! Faz-me sentir importante aos meus olhos. São tão egocêntrico, meu dEUS...

Vivo com receio de te encontrar, vico com receio de não saber o que fazer quando voltarmos a encontrar-nos, vivo sem quê nem para quê neste momento. Tenho que me ocupar com outras coisas.

Ah! O sentimento... O filho pródigo da fraqueza humana... E ainda nos preocupamos em reproduzi-lo nas máquinas que são tão felizes assim... Não acredito nisto mas acabei de o escrever.