sábado, janeiro 31, 2004

Uma semana tão desinteressante como esta foi (estudo e mais estudo...) só poderia terminar de uma forma tão descabida, despropositada e quase-anedótica como o dia de hoje.

Começa-se com um exame de Sistemas Operativos de 3 horas que dificilmente resolveremos com a necessária rapidez sem a ajuda do livro e da calculadora que deixámos em casa.
Segue-se um almoço e um café que sabem à má-disposição deixada pelo exame.
Em seguida vai-se ao Coimbra Shopping fazer compras e descobre-se que o nosso pai não fez a transferencia que deveria ter feito, resolve-se a situação. Fazem-se as compras mais tarde.
Segue-se para casa de um amigo, passa-se algum tempo a jogar computador em rede para descarregar o stress matinal.
Regressa-se ao Coimbra Shopping para descobrir que os multibancos estão todos com dificuldades de comunicação (raios partam os problemas técnicos que só nos permitem dispor de 15 euros...) e termina-se sem conseguir fazer as compras todas porque durante o tempo perdido nos terminais multibanco deflagra um incêndio num restaurante do Shopping... Fumo, bombeiros, ambulancias mas nada de grave, pelo menos assim parece... (Isto não é piada nenhuma!).
Em seguida com todos os atrasos percebe-se que deixàmos fechar a loja de música e não podemos comprar as cordas de guitarra para o nosso amigo.
Ao regressar finalmente a casa, ao chegar a uma rotunda pressiona-se suavemente o travão... e ele vai até ao fundo.

(O primeiro pensamento é: "Mas eu estou a carregar na embraiagem?!" em seguida meia dúzia de impropérios e depois um aviso à restante tripulação: "Pessoal, ficámos sem travões!")

Felizmente circula-se devagar e a caixa de velocidades, os 4 piscas e o travão de mão resolvem facilmente o imbróglio. E depois é assistencia em viagem, pronto-socorro, nervos de merda pá... o aparente sangue frio deixa-se desmascarar pelo tremer das mãos...
E agora carrito só daqui por alguns dias. Estou peão...
Terá tudo isto sido um sinal divino? Mas como eu não sou crente, escusas de mandar os sinais. É tempo perdido.

Ai Visa, Visa... nunca me tinhas deixado ficar mal...

Desafio quem tenha tido um dia pior que eu a enviar-me um e-mail a contá-lo.

quinta-feira, janeiro 29, 2004

Fumar provoca o envelhecimento da pele

E cara de parvo também...

A praia, o mar, o carro o teu olhar, esta música...


As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade


Chuva - Mariza - Fado em mim.

Descarregar a música (A Mariza que me perdoe...)

quarta-feira, janeiro 28, 2004

Um dia na biblioteca

Começa-se de manhã quando as salas ainda estão vazias e parece que o mundo ainda não acordou aqui.
O sol entra pelas janelas em rolos de claridade que ferem os olhos mas sabem bem.

Memória Segmentada, memória paginada, tretas, merdas a que até acho uma certa piada, senão não estaria aqui. Afinal de contas fui eu que escolhi o meu destino. Continua-se... Buddy System, Fixed Partitioning e ainda nem a meio vamos. O exame é daqui a dois dias. Tudo se há-de resolver, a nota da prática é bastante boa e o professor até engraça connosco, o que pode não querer dizer nada mas eleva o nível de confiança.
Almoço no snack do Pólo II.
Café no Departamento de Engenharia Civil, o único sítio no Pinhal de Marrocos que tem paisagens femininas para ver... que me perdoe quem vocês bem sabem mas a masculinidade é uma sina terrível.
O Élsio espreita o ecrã do portátil de onde vos escrevo, escondo a janela, ele que me perdoe, não gosto de mostrar obras inacabadas. No fim todos poderão ler.
Estudam-se agora tabelas de páginas e segmentos, endereços lógicos e offsets. Mas o que raio é uma Inverted Page Table?
Às 16h00 há uma aula suplementar. Duas horas a rever conceitos que deveria estar já mais que sabidos.
Deadlock detection? O que é isso?
Depois regressaremos ao estudo ou se calhar vamos logo para casa.

Este é o tom por onde se afinará o resto desta semana.
Não gosto nem desgosto. Fazes-me falta.
Queria-te ao meu lado.

terça-feira, janeiro 27, 2004

Genéricamente detesto os domingos. São dias em que não há tempo para nada senão para fazer compras, arrumar o saco, um café apressado e vir para Coimbra viver mais uma semana.

Mas este domingo foi diferente.
Mãos nas mãos, no carro, olhos nos olhos, palavras bonitas e sinceras (e poderá haver beleza que não a sincera?), diferentes de todas as que aparecem nos SMS e nas páginas da internet. Palavras que nos enlevam. Carinho, muito... Foi o melhor domingo que eu já tive nos últimos quatro anos, confesso.

E é por estas coisas que gosto de ti, pelos momentos que me proporcionas, por saber que sabes que te amo.

Mas ontem... ontem foi demasiado. 24 horas sem te respirar é demais. Obsessão? Vício que descamba em ansiedade... O velho cliché de que "...só damos valor às coisas quando não as temos..." seria redutor. Faria de ti o que não és aos meus olhos.

Será fraquejar assim tanto se disser que quase chorei ontem à noite?
Será hipocrisia minha não o ter feito porque tinha de ir ter com os meus amigos?
Será que os olhos também não incham sozinhos com as lágrimas que não derramamos?

domingo, janeiro 04, 2004

Primeiro é aquela sensação estranha em que parece que o estômago se contrai subitamente cerrado como um punho, depois vem a tua voz "Estou?" e aí sinto-me como que subitamente arrastado por um bando de aves (Pombas não. Serão gaivotas?) que me levam ao mais alto dos mais altos, e tu falas e eu falo e a conversa flui. Cada vez mais alto, eu e as asas que me levam. "Adeus..." Sinto as gaivotas afastarem-se de mim ou talvez eu delas, estou a cair cada vez mais rápido... o chão cada vez mais perto e de repente PUF! Caio num enorme colchão de penas e lá estás tu ao meu lado.

Apetece-me amar-te, e porquê? Porque posso.