sexta-feira, março 12, 2004

Mar no teu olhar salgado

Do parecer tão distante
Vêm de mão dada a solidão e o vazio.
O que havia outrora já não é sequer
Um pobre arremedo do que foi.
Ainda haverá um resto de mar
No teu olhar salgado?
Ainda haverá luz nessa tua doce boca
De mel?
Há tanto tempo que não provo de ti.
Revejo-te na minha memória.
(dia a dia).
Distante agora o que foi presente,
Passado agora o que está ausente.
Mas suficiente no entanto para ainda doer
Na alma destas linhas,
Na alma da voz que não sabe esquecer
Que foste, senhora dos olhos lindos,
(Mesmo que a contra-gosto)
Raínha sobre um trono que não quiseste governar.
Serás agora apenas memória,
Embora vivas em mim e tenhas muito que contar.

(Há tanto tempo que não provo de ti)