Escrever por escrever

Escrever por escrever,
Pelo puro prazer de não ter prazer.
Pela desnecessária necessidade de o fazer.

Escrever como se conversa numa esplanada
Ou se mergulha no mar.
 
Escrever tudo e nada na mesma folha
Sem ter de fazer um traço a separar.

E ver partir na corrente de um rio
Folhas soltas de um moleskine solitário.
Levando lágrimas de alma.
 
Escrever como eu já não consigo fazer.

A barreira dos 60 posts

Mas porquê a má-disposição e a mania de me contrariar?
Mas porquê a necessidade de dizer "EU"?
Mas porquê a minha insistência?

Mas porquê não dizer mais do que "OK", "Yes." e "A-hamm..."

Mas porquê o Maradona júnior?

Mas porquê o diabo do frisbee e das raquetes de praia?

Mas porquê?

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Passo assim a barreira dos 60 posts desde Janeiro de 2002.
Que festa.
Sou um verdadeiro Pacheco Pereira.
Dão-se alvíssaras a quem partilhar comigo o hino nacional finlandês e uma lata de castanhas de caju do lidl.

Há dias assim

Sei que podia falar de mil-e-uma-coisas-não-relacionadas-entre-si mas não me apetece fazê-lo.
Sei que podia chamar nomes ao Pedro Santana Lopes, a exultar o Scolari ou a lamentar Sophia de Mello Breyner Andresen.
Sei que podia estar triste e deprimido pela derrota da selecção nacional ou alegre pela vitória global de Portugal neste Campeonato Europeu.

Mas não falo, não chamo nem estou.

Sei que devia estar a estudar.

Sei que vou ver um filme.